MotoGP aprova novas regras técnicas e troca motores 1000cc por 850cc a partir de 2027

A FIM (Federação Internacional de Motociclismo) anunciou nesta segunda-feira (6) o novo regulamento técnico que será adotado pela MotoGP a partir de 2027. A principal mudança diz respeito à capacidade dos motores, que passam das atuais 1000cc para 850cc

A MotoGP vai passar por uma mudança importante na temporada 2027. A Comissão de GP aprovou um novo regulamento técnico, que tem como principal novidade a mudança de capacidade dos motores, abandonando os atuais 1000cc em favor dos 850cc. Além disso, o código prevê mudanças no peso das motos e o fim dos dispositivos que ajustam a altura dos protótipos, inclusive para a largada.

A Comissão de GP, que é formada por Carmelo Ezpeleta, diretor-executivo da Dorna, a promotora do Mundial; Paul Duparc, da FIM (Federação Internacional de Motociclismo); Hervé Poncharal, da IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corrida); e Biense Bierma, da MSMA (Associação das Fábricas de Motocicletas Esportivas), com a presença de Carlos Ezpeleta (Dorna); Mike Webb (IRTA); Corrado Cecchinelli, diretor de tecnologia da MotoGP; Jorge Viegas, presidente da FIM; Paul King, diretor da Comissão de Corridas em Circuito da FIM; e Dominique Hebrand, diretor da Comissão Técnica Internacional da FIM, se reuniu em Jerez no último dia 26 para aprovar o novo conjunto de regras da classe rainha do Mundial de Motovelocidade. As medidas entram em vigor na temporada 2027.

A principal mudança não chega como surpresa, já que vinha sendo especulada há algum tempo. Os atuais motores 1000cc vão dar lugar aos de 850cc, uma iniciativa que mira reduzir as crescentes velocidades da MotoGP. Os motores seguirão sendo de 4 tempos, com o diâmetro máximo do cilindro baixando de 81mm para 75mm.

Mas as mudanças vão além. A Comissão de GP aprovou, ainda, uma modificação no regulamento de concessões, que foi atualizado no ano passado. A partir de 2027, as fábricas que correram em 2026 serão colocadas no grupo B, com o ranking reavaliado na metade do ano, tendo como base a primeira parte da temporada. Sendo assim, motores serão congelados para todos, com testes restritos a pilotos de provas e wild-cards limitados a três por ano.

MotoGP vai reduzir a capacidade dos motores em 2027 (Foto: AFP)

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Novos construtores, porém, serão colocados no grupo D, que permite evolução dos motores, testes com titulares, mais liberdade para atualizações aerodinâmicas e seis wild-cards por temporada. O ranking das novatas, contudo, também será revisto na metade do campeonato, usando como base os resultados da primeira parte da campanha.

O grupo concordou, também, com uma redução no número de motores. No caso de calendários com até 20 etapas, cada piloto poderá usar até seis unidades. Entre 21 e 22 GPs, serão sete motores por ano. As fábricas colocadas no grupo D das concessões terão duas unidades a mais por piloto na temporada.

O novo regulamento também prevê a disponibilização dos dados de GPS de todos os pilotos para todas as equipes no fim de cada sessão.

O regulamento técnico de 2027 indica, ainda, uma redução no número de caixas de câmbio utilizadas por temporada, que cai dos atuais 24 para 16. Além disso, serão mais quatro relações globais diferentes para a transmissão primária por ano.

As motos de 2027 também serão ligeiramente mais leves. A Comissão de GP aprovou um peso mínimo de 153 kg, contra os atuais 157 kg.

Outra mudança importante diz respeito ao fim dos dispositivos que alteram a altura das motos. A partir de 2027, o recurso fica proibido, inclusive o ‘holeshot’, que é ativado apenas na largada.

A capacidade dos tanques de combustível também será modificada. Com o novo regulamento, os pilotos poderão ter até 20 litros no tanque para os GPs — 2l a menos do que na regra atual — e 11 litros para a sprint — 1l a menos do que no código em vigor. O uso de combustível 100% sustentável também está confirmado para 2027.

As especificidades deste combustível de origem não-fóssil ainda está em debate, com um grupo de trabalho que reúne FIM, MSMA e fornecedores de combustível, além de representantes da Dorna e da IRTA a partir deste mês.

A última grande mudança no novo regulamento técnico da MotoGP diz respeito à aerodinâmica. A largura máxima permitida da parte alta da carenagem dianteira será reduzida de 600mm para 550mm, com a altura máxima da traseira reduzida de 1250mm para 1150mm. O ponto mais avançando da carenagem (nariz) será movido para trás em 50cmm, com os apêndices aerodinâmicos da carenagem dianteira também reduzidos.

Por fim, na parte traseira da moto — tudo aquilo que fica atrás do corpo do piloto — também terá de ser homologada como parte da carenagem. As fábricas poderão fazer uma atualização por temporada. Atualmente, a parte homologada da carenagem se refere apenas ao que fica à frente do competidor.

A aerodinâmica tem sido um ponto central de debate nos últimos anos, já que tem impacto direto na competitividade da categoria. Com as mudanças, a MotoGP quer reduzir o efeito aerodinâmico nas retas e nas freadas, buscando aproximar os pilotos e criar mais oportunidades de ultrapassagem.

MotoGP volta a acelerar entre os dias 10 e 12 de maio, para o GP da França, em Le Mans, com a quinta etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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